Continuando ao assunto "pé do bebê", no post sobre o andador havia uma parte onde dizia que o uso do andador poderia influenciar em casos de pé plano.
Como sou nova nesse "ramo materno" ou como dizem por ae "marinheira de primeira viagem", não fazia ideia sobre o que seria o tal pé plano.
Como sempre, estou mais uma vez dividindo com vocês mais uma descoberta!!!
Pé Plano na Infância
O pé plano (pé chato) na criança sempre gera dúvidas e preocupações nos pais,
é o motivo mais comum das consultas e dos encaminhamentos para avaliação
ortopédica durante a infância.
O bebê recém nascido possui grande flexibilidade estrutural; seus ossos são
formados por matrizes de cartilagem, que ainda não estão calcificadas,
seus ligamentos são elásticos e a musculatura é pouco desenvolvida.
Além disso, existe um acúmulo de gordura na planta dos pés.
Por esses motivos, os pés de um recém nascido são muito flexíveis e
apresentam-se planos ou, até mesmo, levemente convexos.
Durante o crescimento, a criança passa por várias fases de aprimoramento e
evolução até conseguir caminhar e correr com segurança.
Nesse período é muito importante a sensibilidade tátil e o estímulo do contato
com o solo para a formação do pé (ver: O desenvolvimento do Pé na Criança).
Toda criança, durante os primeiros anos de vida, apresenta graus variáveis
de pés planos. E isto é normal.
O arco plantar começa seu desenvolvimento por volta do quarto ou quinto ano
de vida, quando a musculatura está em pleno desenvolvimento,
o esqueleto torna-se mais rígido e os ligamentos menos elásticos.
A formação do arco plantar possui grande influência genética e está relacionada
com o grau de flexibilidade ligamentar de cada família, isto é, existem fatores
genéticos que passam de pai para filho e que determinam o grau de
flexibilidade dos ligamentos e das articulações.
A estruturação ligamentar do pé e a formação do arco plantar se completa por
volta dos 12 anos de idade.
No exame físico existem alguns testes simples para avaliar a gravidade do
pé plano e se existe algum grau de rigidez articular associada.
Exames radiológicos são complementares.
A impressão podométrica ajuda a classificar o pé plano e visualiza a forma e a
área plantar durante o apoio.
O teste ao ficar na ponta dos pés nos auxilia a verificar a capacidade de
correção do arco plantar e a mobilidade subtalar; assim como o teste de Jack,
que é a correção do arco plantar quando fazemos a extensão passiva do hálux
(dedão).
Os fatores mais importantes a serem avaliados durante o período de formação
e estruturação do pé é a presença de DOR e a RIGIDEZ das articulações
envolvidas.
O pé plano flexível assintomático (sem dor e sem rigidez) não é uma doença,
é uma variação anatômica determinada geneticamente. Cerca de 10 a 20% dos
adultos possuem pés planos (pés chatos), sendo mais comum na raça negra,
e não ocasionando nenhum sintoma, nenhuma queixa ao portador.
Com o crescimento da criança, o pé pode vir a tornar-se sintomático
(pé plano flexível sintomático), isto é, ocasionalmente pode vir a ocorrer dor,
principalmente após alguma atividade física mais intensa. Isto acontece por
fadiga, exaustão, da musculatura intrínseca do pé, forçada a sustentar e
estabilizar um pé mais flexível durante um maior esforço.
Algumas crianças necessitam de tratamento para o pé plano flexível,
principalmente se apresentarem sintomas de dor ou desconforto nas atividades
diárias.
A fisioterapia e o alongamento ajudam a dar condicionamento e reforçam a
musculatura envolvida na sustentação e movimentação do pé durante a marcha
e para a prática de esportes.
O uso de palmilhas para sustentação do arco plantar não altera a forma e não
vai mudar o desenvolvimento do pé. Ela simplesmente mantém o pé em uma
posição mais confortável e mais equilibrado dentro do sapato.
Muitas vezes melhora a dor ocasionada pela fadiga muscular.
Em raros casos, o tratamento cirúrgico é indicado quando os sintomas não
podem ser controlados com fisioterapia, palmilhas ortopédicas e mudanças de
calçados. A cirurgia para o pé plano flexível deve ser a última opção de
tratamento.
Algumas doenças mais raras podem estar associadas ao pé plano, nesses casos
existe uma maior gravidade da deformidade. Paralisia cerebral,
mielomeningocele, neurofibromatose e síndromes como Down, Marfan,
Ehler-Danlos e Larsen, são alguns exemplos relacionados.
Síndrome de Down Síndrome de Marfan
Já o pé plano, com rigidez das articulações (pé plano rígido), pode estar
associado com fusões ou deformidade ósseas congênitas dos pés
(ver: Coalizão Tarsal). Nesses casos ocorre perda do movimento de inversão e
eversão do pé (para dentro e para fora) e a dor dificulta a prática de esportes
ou outras atividades físicas. O tratamento do pé plano rígido, na grande
maioria das vezes, é cirúrgico.
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