domingo, 22 de julho de 2012

Vários tipos de Parto


Conheça os vários tipos de parto

O nascimento de uma criança pode ocorrer de várias maneiras e o ideal é que a própria mãe busque informações, ouça o seu medico e faça a escolha de como deseja que seja o “seu” parto, dentro das condições adequadas para ela.
No Brasil, 43% dos partos são cesáreas, o que contraria o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a OMS, a cesariana deveria ocorrer em apenas 15% dos casos, quando o procedimento natural representa riscos para o bebê ou a mãe.
Os partos começaram a ocorrer em hospitais há aproximadamente 70 anos. A partir daí, foram classificados em dois tipos: normal e cesariana, ambos realizados sob os cuidados médicos e com a mulher deitada - ou seja, na posição ginecológica horizontal clássica, e com as pernas apoiadas em perneiras.
Até bem pouco tempo atrás, os partos obedeciam às mesmas regras (e em muitos lugares ainda é assim): a gestante não tinha direito a acompanhante, com freqüência ficava em salas de pré-parto coletivas, sem liberdade de movimentação, e recebia, além da lavagem intestinal, uma sedação, soro com hormônios, manobras e intervenções (pressão sobre a barriga ou aplicação de fórceps rotineiro desnecessário) para acelerar o parto.
Além disso, na posição deitada de costas, com as pernas amarradas na perneira, pode haver redução do espaço do canal de parto para a passagem do bebê, bem como diminuição da circulação sanguínea que passa da mãe para o feto — com evidentes desconfortos ou mesmo prejuízo para ambos.
Foi na década de 1970 que o cenário começou a mudar, quando grupos de médicos e mulheres passaram a questionar o excesso de intervenções. Desde então, outros tipos de parto, mais naturais, se tornaram comuns. Veja a definição de cada um deles:





NORMAL
 É a forma convencional de dar à luz, mas não precisa ser tão doloroso como era antigamente. Anestesias mais modernas aliviam as dores do parto. O parto normal, comparado com a cesareana, evita possíveis complicações como hematomas, dores pélvicas e infecções, e ainda diminui o tempo da recuperação. 
Ao chegar ao hospital, a mãe recebe acompanhamento da temperatura, pressão arterial e freqüência cardíaca do bebê. Medidas como o enema (lavagem intestinal) e a tricotomia (raspagem dos pêlos pubianos) não são mais procedimentos de rotina. No ritmo certo, as paredes do útero se contraem e fazem a devida pressão para impulsionar a criança para baixo e para fora. Em alguns casos, é feita a indução — estimulo das contrações com medicamentos ou com o rompimento precoce da bolsa; neste caso, com a saída do líquido da bolsa (líquido amniótico), o útero começa a se contrair, promovendo o desencadeamento ou a normalizacao do ritmo do trabalho de parto.
 Como é feito?
O parto normal é feito via vagina.
Em quais casos é indicado?
É o parto mais indicado para todos os casos em que não há riscos para o bebê e para a mãe.
Riscos
Lacerações de vagina, no reto, riscos de hemorragia.
Pode haver trauma de clavícula e trauma cefálico no bebê. Quando a criança é muito grande (acima de 4 kg), o que é raro, pode haver trauma craniano.
Tempo de recuperação
De 15 a 20 dias.


Parto de cócoras ou Parto das Índias


Assim como o parto natural, o parto de cócoras oferece a mesma vantagem de recuperação rápida. As diferenças estão na posição da mãe na hora do nascimento da criança, que fica de cócoras, e na posição do bebê, que deve estar necessariamente de cabeça para baixo (posição cefálica).
A presença de um acompanhante, principalmente do companheiro é mais do que bem-vinda, por este poder participar ativamente, dando apoio com o corpo atrás da mulher. A posição conta com a ajuda da gravidade e intensifica a eficiência das contrações e o esforço da mãe, acelerando o procedimento.
Ao contrário da posição horizontal, no parto de cócoras o processo é mais rápido, bem mais confortável e a mulher não sofre compressão de importantes vasos sanguíneos, o que poderia levar ao sofrimento do feto. Outra vantagem é que a área da pélve é aumentada em até 40% e a elasticidade do períneo é menos comprometida (mantendo sua integridade), o que facilita a passagem do bebê; já na posição horizontal, o feto é obrigado como que subir durante a expulsão para vencer a forma da curva pélvica, e exige da mãe um esforço muito maior para o mesmo fim.
Como é feito?
Feito via vagina, mas requer muito preparo muscular, uma vez que a gestante mantém-se de cócoras.
Em que casos é indicado?
Nos casos em que a mulher teve uma gravidez tranquila, sem complicações. É necessário que o bebê esteja na posição correta.
Riscos

Lacerações de vagina, no reto, riscos de hemorragia.
Pode haver trauma de clavícula e trauma cefálico no bebê. Quando a criança é muito grande (acima de 4 kg), o que é raro, pode haver trauma craniano.
Tempo de recuperação
De 15 a 20 dias.

CESÁREA


É uma cirurgia, o que significa que deveria ser realizado apenas em casos específicos, como sofrimento fetal, desproporção do tamanho do bebê em relação à pelve (bacia óssea), posição fetal invertida ou inadequada do bebe, infecção por herpes genital, hipertensão materna mal controlada, pré-eclampsia, diabetes. Como em qualquer cirurgia, os riscos de recuperação são maiores, o que aumenta o cuidado com todos os procedimentos. A anestesia mais desejável é a raque ou peridural; mas, em condições excepcionais, pode ser necessária a anestesia geral.
Após desinfecção da pele do abdome da gestante, campos cirúrgicos estéreis de tecido são colocados naquela região, os braços são acomodados e mantidos fora da área operatória. Em seguida, as paredes do abdome são abertas cirurgicamente por planos até o útero (sete camadas) por uma incisão de 10 cm feita acima dos pelos púbicos. O bebê e, em seguida, a placenta são retirados; o médico revisa toda a área operada, sobretudo para avaliar se não há qualquer ponto sangrando, e então o corte é fechado com pontos, plano por plano.
De todos os tipos de parto, esse parto cirúrgico é o de recuperação mais difícil, por ser bem mais lenta e dolorida, além de apresentar maiores riscos de infecções.

Como é feito?
Procedimento cirúrgico, utilizado como alternativa ao parto normal.
Em que casos é indicado?
Quando há riscos para a mãe, para o bebê ou para ambos. Em casos de mães hipertensas ou que tenham diabetes. Também é indicado quando o bebê não está em posição adequada ou ainda quando há uma desproporção (quando o bebê é maior que a região pélvica). Recomendado para mulheres que já fizeram duas ou mais cesáreas anteriores (pois o risco de ruptura do útero durante o trabalho de parto é maior).
Riscos
Como é um procedimento cirúrgico, existe o risco de complicação anestésica, hemorragia, maior propensão a infecções de feridas cirúrgicas e de lesões intra-abdominais.
Tempo de recuperação
Em média, de 30 a 40 dias.

PARTO NA ÁGUA




O parto é feita na água, de forma que o bebê sai suavemente de um líquido quentinho direto para outro. Em uma banheira com água na temperatura corpórea (37º), cobrindo toda a barriga e genitais, esse parto pode, assim como no de cócoras, ser realizado com o apoio de um acompanhante.
A água morna proporciona aumento de irrigação sangüínea, diminuição da pressão arterial e relaxamento muscular, o que provoca o alívio das dores e maior rapidez no trabalho de parto, se comparado ao parto natural, por exemplo. A água também ajuda na dilatação do colo de útero e dá maior flexibilidade ao períneo.
 Como é feito?
Via vagina, dentro de uma banheira ou piscina.
Em que casos é indicado?
Nos casos em que a mulher teve uma gravidez tranquila, sem complicações. É menos traumático tanto para a mãe quanto para o bebê.
Riscos
Há mais riscos de infecção, bem como maior dificuldade em conter qualquer tipo de lacerarão.
Tempo de recuperação
De 15 a 20 dias.





FÓRCEPS


Como é feito?
Procedimento realizado apenas nos últimos momentos do parto, para poupar ambos, mãe e filho. O parto a fórceps acontece via vaginal e, atualmente, é um recurso utilizado apenas em casos de emergência ou de sofrimento fetal. O fórceps é um instrumento que funciona como uma pinça especial, com as extremidades em forma de colher, que e’ inserida na vagina para apreender, orientar e tracionar de forma adequada a cabeça do bebê, auxiliando sua saída do útero através do canal de parto
Em que casos é indicado?
Quando o parto não transcorre bem e, por alguma razão, o bebê não consegue sair. Também é usado para auxiliar já no final do parto normal.
Riscos
Pode haver trauma na área vaginal, na bexiga e no reto. Há riscos de ocorrer lesões ósseas (no crânio) no bebê.
Tempo de recuperação
De 15 a 20 dias.

LEBOYER


Como é feito?
Caracteriza-se pelo uso de pouca luz, silêncio principalmente depois do nascimento, massagem nas costas do bebê, ausência da famosa palmada para fazer o bebê chorar e abrir os pulmões: essa transição respiratória é feita de forma suave, esperando o cordão parar de pulsar, colo de mãe, amamentação precoce, banho perto da mãe, que pode ser dado pelo pai
Em que casos é indicado?
Não é muito usual no Brasil. Nos casos em que a mulher teve uma gravidez tranquila, sem complicações.
Tempo de recuperação
De 15 a 20 dias.


"Parto sem dor"


 

 No Brasil, o chamado “parto sem dor” é feito com a aplicação de anestesia raquianestesia ou peridural, que alivia ou até inibe a dor no período de dilatação e contrações. Mas isso não quer dizer que o parto será 100% sem dor, porque durante o período de dilatacao algumas sensações são necessárias para que a mãe tenha uma atitude pro-ativa e perceba o momento de empurrar o bebê para fora no momento do período expulsivo.

Entretanto, existe o risco de perda excessiva de sensibilidade, o que resulta na perda de controle da mãe sobre o parto. Alguns médicos aplicam a anestesia apenas nos momentos finais, quando o bebê está saindo do útero, uma alternativa que deveria, sempre que possível, ser adotada.


Parto natural

 

Defendido pelos movimentos que lutavam pelo parto ativo (a mulher é quem faz o bebê nascer) nos anos 1980, o parto natural foi uma forma de retomar o sentido do nascimento e de seu processo natural.
Ele é igual em quase tudo ao parto normal, só que não há intervenções como anestesias, episiotomia (incisão no períneo, até há pouco tempo rotineira) e indução – o médico apenas acompanha atento o ritmo dos acontecimentos e a movimentação da mulher, no hospital ou em casa.

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