quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Sindrome do bebê sacudido


Sacudir o bebê pode causar lesão cerebral

Você já brincou de segurar um bebê no colo e jogar ele para cima esperando aquela gargalhada gostosa? É, mas o que quase ninguém sabe é que isso pode ser muito perigoso para a saúde da criança.
Paulo Gonçalves - São Carlos, SP
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Médicos afirmam que essa brincadeira - aparentemente inocente - pode até matar. É a chamada síndrome do bebê sacudido.

Quando a criança chora demais ou não obedece, a repressão pode vir de uma forma mais violenta.

“Eu já dei um chacoalhão nela sim, mas não adiantou muito não”, fala uma mãe.

Mas também há os pais que agitam os pequenos com a intenção de interagir. Demonstrar carinho.

Ana Cristina Paulilo dos Santos é professora e brinca assim o tempo todo com a pequena Lívia, de cinco meses. “Ela adora fazer isso, ela dá gargalhada... Todo mundo que tem filho, neto, não tem um que não faça uma brincadeira de cavalinho, de abaixar e levantar e até jogar às vezes”, diz a professora.

Dar uma chacoalhada para repreender ou mesmo brincar é uma atitude que pode trazer sequelas para a criança. É o que garantem os especialistas. A ciência tem até um nome pra isso: síndrome do bebê sacudido.

A cabeça do bebê é grande e pesada em relação ao resto do corpo. Entre o cérebro e o crânio existe um pequeno espaço para o crescimento e desenvolvimento da massa encefálica. Quando se sacode a criança o impacto pode provocar lesões e o inchaço do cérebro.

“Você tem hemorragias cerebrais, hemorragias oculares que provocam cegueira, retardo mental, problemas motores, paralisia, dificuldade de aprendizagem, convulsões. Em 25% dos casos, os bebês sacudidos morrem”, esclarece Vera Maria Moreira, médica.

Estudos feitos na Alemanha relacionam casos de mortes súbitas em bebês com o ato de sacudir as crianças com mais intensidade. Os efeitos desta síndrome atingem bebês com menos de dois anos de idade.

“Esse movimento para frente e para trás sem o apoio causa a lesão cerebral. Por isso é muito importante apoiar a cabeça do bebê em qualquer movimentação e nunca sacudir. O que não significa que você não possa ninar, embalar, dar muito afeto, muito amor para esse bebê”, diz Lúcia Willians, psicóloga.

Com apenas dois meses de idade, Pedrinho é o mais paparicado integrante da família. Saúde e uma aparência tranquila garantidos sem movimentos bruscos, como recomendam os médicos.


Jornal Hoje

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