sábado, 11 de maio de 2013

O pé plano na infância

Continuando ao assunto "pé do bebê", no post sobre o andador havia uma parte onde dizia que o uso do andador poderia influenciar em casos de pé plano. 
Como sou nova nesse "ramo materno" ou como dizem por ae "marinheira de primeira viagem", não fazia ideia sobre o que seria o tal pé plano. 
Como sempre, estou mais uma vez dividindo com vocês mais uma descoberta!!!



Pé Plano na Infância

O pé plano (pé chato) na criança sempre gera dúvidas e preocupações nos pais,
 é o motivo mais comum das consultas e dos encaminhamentos para avaliação 
ortopédica durante a infância.


O bebê recém nascido possui grande flexibilidade estrutural; seus ossos são
formados por matrizes de cartilagem, que ainda não estão calcificadas, 
seus ligamentos são elásticos e a musculatura é pouco desenvolvida. 
Além disso, existe um acúmulo de gordura na planta dos pés. 
Por esses motivos, os pés de um recém nascido são muito flexíveis e 
apresentam-se planos ou, até mesmo, levemente convexos.


Durante o crescimento, a criança passa por várias fases de aprimoramento e 
evolução até conseguir caminhar e correr com segurança. 
Nesse período é muito importante a sensibilidade tátil e o estímulo do contato 
com o solo para a formação do pé (ver: O desenvolvimento do Pé na Criança).


Toda criança, durante os primeiros anos de vida, apresenta graus variáveis 
de pés planos. E isto é normal.


O arco plantar começa seu desenvolvimento por volta do quarto ou quinto ano 
de vida, quando a musculatura está em pleno desenvolvimento, 
o esqueleto torna-se mais rígido e os ligamentos menos elásticos.
A formação do arco plantar possui grande influência genética e está relacionada
 com o grau de flexibilidade ligamentar de cada família, isto é, existem fatores 
genéticos que passam de pai para filho e que determinam o grau de
flexibilidade dos ligamentos e das articulações.
A estruturação ligamentar do pé e a formação do arco plantar se completa por
 volta dos 12 anos de idade.
No exame físico existem alguns testes simples para avaliar a gravidade do
 pé plano e se existe algum grau de rigidez articular associada. 
Exames radiológicos são complementares.
A impressão podométrica ajuda a classificar o pé plano e visualiza a forma e a 
área plantar durante o apoio.


O teste ao ficar na ponta dos pés nos auxilia a verificar a capacidade de 
correção do arco plantar e a mobilidade subtalar; assim como o teste de Jack, 
que é a correção do arco plantar quando fazemos a extensão passiva do hálux
 (dedão).



Os fatores mais importantes a serem avaliados durante o período de formação
 e estruturação do pé é a presença de DOR e a RIGIDEZ das articulações
 envolvidas.
O pé plano flexível assintomático (sem dor e sem rigidez) não é uma doença, 
é uma variação anatômica determinada geneticamente. Cerca de 10 a 20% dos
 adultos possuem pés planos (pés chatos), sendo mais comum na raça negra, 
e não ocasionando nenhum sintoma, nenhuma queixa ao portador.
Com o crescimento da criança, o pé pode vir a tornar-se sintomático 
(pé plano flexível sintomático), isto é, ocasionalmente pode vir a ocorrer dor, 
principalmente após alguma atividade física mais intensa. Isto acontece por 
fadiga, exaustão, da musculatura intrínseca do pé, forçada a sustentar e 
estabilizar um pé mais flexível durante um maior esforço.
Algumas crianças necessitam de tratamento para o pé plano flexível, 
principalmente se apresentarem sintomas de dor ou desconforto nas atividades 
diárias.
A fisioterapia e o alongamento ajudam a dar condicionamento e reforçam a 
musculatura envolvida na sustentação e movimentação do pé durante a marcha 
e para a prática de esportes.
O uso de palmilhas para sustentação do arco plantar não altera a forma e não
 vai mudar o desenvolvimento do pé. Ela simplesmente mantém o pé em uma 
posição mais confortável e mais equilibrado dentro do sapato.  
Muitas vezes melhora a dor ocasionada pela fadiga muscular.


Em raros casos, o tratamento cirúrgico é indicado quando os sintomas não 
podem ser controlados com fisioterapia, palmilhas ortopédicas e mudanças de 
calçados. A cirurgia para o pé plano flexível deve ser a última opção de 
tratamento.
Algumas doenças mais raras podem estar associadas ao pé plano, nesses casos
 existe uma maior gravidade da deformidade. Paralisia cerebral, 
mielomeningocele, neurofibromatose e síndromes como Down, Marfan, 
Ehler-Danlos e Larsen, são alguns exemplos relacionados.
                  Síndrome de Down                                                                       Síndrome de Marfan

Já o pé plano, com rigidez das articulações (pé plano rígido), pode estar 
associado com fusões ou deformidade ósseas congênitas dos pés 
(ver: Coalizão Tarsal). Nesses casos ocorre perda do movimento de inversão e 
eversão do pé (para dentro e para fora) e a dor dificulta a prática de esportes 
ou outras atividades físicas. O tratamento do pé plano rígido, na grande 
maioria das vezes, é cirúrgico.

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